RED PILL Sem Máscaras: Uma Lição Importante (pt 1/3)

Angry Fox Pilgrim
8 min readJun 8, 2021

Este é um texto direcionado aos mais iniciantes, não só como uma lição introdutória, mas impregnado com uma genuína preocupação com aqueles que vem sendo bombardeados com “red pill disso… red pill daquilo”.

O fato é que o termo Red Pill tem sido popularizado em muitos meios internéticos, e acabou se tornando um meme sem graça e fraco. Porém, muitos jovens acabam saindo de um sistema de crenças e caindo em outro mais destrutivo ainda justificando-se que “saiu da matrix”.

É verdade que existem muitos tipos de Red Pill, mas ela por si só não representa a realidade dos fatos. E o que mais ocorre por aí são adolescentes que caem em armadilhas porque dizem encontrar a verdade, mas quando apenas subscreveu uma programação por outra.

Diferente do meu texto original, eu vou adaptar essa publicação com algumas críticas que, inclusive, me fizeram parar de usar esse termo “red pill”.

O que é a Red Pill

A palavra red pill se popularizou por causa do filme Matrix, onde se o sujeito tomasse a pílula azul, voltaria à sua vidinha pacata e infeliz. Enquanto se tomasse a pílula vermelha, era um salto de fé para descobrir até onde chegaria a toca do coelho, uma alegoria do filme “Alice no país das maravilhas”.

No filme matrix, a red pill é oferecida a Neo por Morpheus, e isso dá o pontapé na jornada do herói no filme.

Adolescentes e jovens, no geral, ainda não possuem uma formação completa do neocórtex, ainda sendo muito influenciáveis por opiniões alheias e validações externas. Isto, combinado a uma falta de sistema de origens forte, como uma família confiante, realizada, feliz, faz aquele jovem adulto tornar-se uma bomba de ingenuidade e uma esponja de ideologias.

O que a red pill significava no mito do herói, muito bem desenvolvido no filme Matrix, era apenas o ritual de saída da zona de conforto do protagonista. Foi um convite para ele parar de apenas sobreviver para assumir sua vida e viver o seu propósito.

A aplicação da mensagem do filme na vida real em nada tem a ver como virar a chave de crenças políticas, religiosas, sociais, etc. Mas sim uma decisão firme em sair do modo piloto automático e buscar uma vida com propósito.

A maioria das pessoas vivem como um robô, programadas para sobreviver, e se der, ter alguns prazeres na vida. A cultura hedonista ressuscitada e adaptada no período renascentista, visa apenas a busca do bem-estar, isto é, você estuda e trabalha dentro de um regime vigente pré-estabelecido com o intuito de conquistar o bem-estar.

Com o homem sendo posto no centro de tudo, as definições de vida foram atualizadas, dando lugar a experiências e sensações. Afinal, tudo já foi explicado. A ciência mainstream já decidiu por você como o mundo funciona. A mídia já decidiu por você o que deve vestir, comer e que acessórios comprar. A indústria farmacêutica já decidiu por você o que significa ter saúde, como os partos devem ser realizados, e que certas doenças são incuráveis.

Se está tudo perfeitamente encaixado, para quê diabos vamos questionar? É só seguir o fluxo, e se no final der tudo errado, a culpa é do político que nós odiamos. É só fazermos a campanha de graça pro nosso político favorito ganhar, salvar nossas vidas e realizar nossos sonhos!

É óbvio que este último parágrafo foi apenas uma ironia, mas qualquer semelhança é mera coincidência, certo?

Então, a red pill não é uma verdade, mas sim uma decisão de sair da zona de conforto.

O que é a verdade

Existem inúmeras teorias sobre o que é a verdade. Isto vem sendo discutido desde o período pré-socrático, e há algumas dezenas de correntes de pensamento sobre isso.

Veja, dizer que um livro está sobre a mesa, é o que chamam de verdade objetiva, pois pode ser comprovado através da percepção e compartilhada com as outras pessoas que chegarão a mesma conclusão apenas por observação.

Já a percepção individual de alguém sobre algo, e que somente pode ser comprovada através da introspecção, é a verdade subjetiva, que vou chamar de verdade interna ou experiencial.

A Verdade Experiencial

É a verdade baseada em seu conjunto de crenças, convicções, sentidos e experiências que moldam a sua percepção da realidade. Ela deriva dos seus paradigmas pessoais que influenciam na sua visão de mundo.

Por exemplo, se desde criança você ouve dos seus pais que:

  • Dinheiro não traz felicidade;
  • Pra se ter dinheiro é preciso muitos sacrifícios;
  • Que todos que têm dinheiro, são pessoas que não prestam;
  • Que os ricos são corruptos;

E por aí vai…

Isso ficará registrado na sua mente mais profunda que ganhar dinheiro é uma coisa errada. E essa mente mais profunda irá direcionar a sua vida em torno desse padrão já estabelecido.

Seguindo o exemplo que dei acima, é por isso que é raro ver um pobre se tornando rico, ou um rico se tornando pobre. Acontece? Acontece. Mas não é a regra.

Então, um sujeito que cresce ouvindo e se convencendo de que essas frases são axiomas inquestionáveis, quando se torna adulto, ele terá dificuldades financeiras, mesmo que, racionalmente não faça sentido. Sempre que ele estiver diante de uma boa oportunidade, ele se enxerga como alguém incompetente para ela. Sempre que ele estiver em um cargo bacana, começa a ter muito estresse, dores de cabeça, estafa, síndrome de burnout… Ou o chefe lhe parece ruim, ou o trabalho lhe parece massante…

Muitas coisas podem acontecer somente por causa dessa crença pré-estabelecida na cabeça. E mesmo que o sujeito não se lembre do que o seu pai ou sua mãe disseram, ele reage automaticamente segundo essa lições que o seu subconsciente gravou profundamente.

O fato é que 95% das nossas decisões são tomadas de maneira emocional, e não racional. As nossas experiência, vivências, aprendizados é o que vai ditar as regras do jogo à medida que envelhecemos.

Mais uma vez, deixo minha indicação aqui do livro “The Triune Brain In Evolution” do Paul D Mclean, médico e neurocientista que desenvolveu a teoria do cérebro trino. É um livro caro “bagarai”, mas vai que tu consegue, digamos… de graça por aí, né?

A escolha é uma atitude mental

Se o Neo tomasse a pílula vermelha sem aquela decisão ser congruente com suas crenças, de nada adiantaria ele tomá-la. O Neo já estava pronto para aquela decisão muito antes da pílula e de conhecer o Morpheus. Isso é facilmente comprovado no próprio filme já que a Oráculo disse a Morpheus que ele encontraria o escolhido.

Então, a Red Pill não significa conhecer a verdade. Muito menos essa fantasia de conhecer um segredo que os gados não conhecem. O seu significado está relacionado com apenas um rito de passagem de um estado de inércia e passividade para um de prontidão e protagonismo.

É ter a atitude mental necessária para revirar o lixo, a podridão, as sombras internas que mantemos escondidas profundamente debaixo do tapete da sala das nossas almas e tomarmos a coragem de limpar toda essa sujeira.

Por muito tempo estivemos presos num complexo sistema de padrões que obedecemos de forma involuntária, simplesmente porque absorvemos isso como um comando desde que éramos crianças. Fomos programados para aceitar, sem questionar, os caminhos que nossos pais, que nossos parentes, que a escola, que a religião e que a sociedade planejaram para nós.

Não estou dizendo que tudo isso é um ato de maldade sistêmica. Assim como você, todos eles também foram programados, e eles passaram essa herança para você, porque eles aprenderam assim.

Por isso eu não estou aqui culpando nossos pais, as nossas famílias, ou a sociedade como um todo. Tudo isso se originou em tempos imemoráveis, e veio se repetindo até os dias de hoje.

Mas assim como não é culpa deles, a culpa também não é sua! Mas aqui cabe uma aviso: se por um lado a culpa não é sua, por outro lado é sua responsabilidade a mudança.

A conformidade e a não-mudança é creditada somente a você. Isso é o que eu chamo de autorresponsabilidade. Assumir o seu B.O. e buscar a solução sem terceirizar a culpa.

Como eu estava dizendo, estamos vivendo e repetindo os padrões, dormentes, vivendo uma vida predestinada, como diz Carl Jung:

Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir a sua vida e você irá chamá-lo de destino.

Como seres humanos, obedecemos a lei natural da economia de energia, e por isso mudanças bruscas nunca são bem-vindas para nós. Porque isso dói. Porque a natureza busca a estabilidade para não surtar. Estabilidade economiza energia, e por isso a própria natureza tem um processo extremamente lento em suas mudanças que, para seres tão efêmeros quanto nós, se observarmos, parece que a própria natureza é imutável.

Então quando dizemos que tomamos a red pill isso não nos faz mais inteligentes que qualquer outro que ainda é blue pill. Ela é apenas a atitude que qualquer um deveria ter para sair do ciclo de predestinação e assumir o controle da sua própria vida.

Qualquer um que diga que vai te dar uma red pill sobre algum assunto, é um arrogante, iludido, pois acredita que detém alguma verdade, enquanto apenas repete o discurso que leu num livro, escutou num podcast ou viu em um vídeo do youtube. Algo que ele é convicto e quer convencer você a acreditar naquilo que ele próprio se iludiu dizendo “EIS AQUI A VERDADEIRA RED PILL”.

Correndo o risco de ser redundante, mas preciso fixar isso o máximo que eu puder:

A red pill é um rito de passagem, quando, antes, o indivíduo toma consciência de que sua vida está em inércia programada, então decide sair da zona de conforto e construir uma vida designada a conhecer o seu propósito e desenvolver uma visão de mundo pautada em sua própria busca da verdade.

A metáfora de red pill também engloba o desanuviamento do mundo. É como se você estivesse seguindo um caminho coberto pela neblina, e entre as brumas, você enxerga um pequeno foco de luz. E, seguro de que seguindo o foco de luz te levaria a sair da neblina, você decide que talvez possa estar errado.

E se aquele foco de luz não ser uma saída? E se for o farol de um carro vindo em sua direção e pode te atropelar? E se existir um abismo entre você e o foco de luz que a neblina está encobrindo, e a qualquer momento, seguindo aquele caminho, você cair no precipício? E agora, o que você faz, segue outro caminho? O que é mais seguro fazer?

Essa neblina densa representa todas as suas crenças, vivência e experiências.

Esse texto continuará em uma próxima publicação, na parte 2 dessa trilogia sobre a red pill. A parte 3 já está publicada, porque ela foi escrita antes da parte 1e 2 (risos). Você pode conferi-la clicando no link abaixo.

Eu também quero agradecer a cada um dos colaboradores que apoiam o meu trabalho aqui através do Picpay. Vocês fazem uma enorme diferença ao patrocinar o meu conteúdo e isso me motiva muito a continuar.

Isso era tudo o que eu tinha pra dizer, forasteiros. E lembrem-se: sigam o seu próprio caminho.

O Que Vem Depois da Red Pill: A Jornada Mais Importante (pt 2/3)
https://link.medium.com/W0bymTNTVgb

A Red pill não é o mesmo que iberdade (pt 3/3)
https://link.medium.com/WXXFCk3iUgb

Como Acessar o Meu DISCORD Se tornando um Apoiador: https://www.mgtow.tv/v/Vnlqr1

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publico certas obviedades difíceis de serem aceitas por mentes ordinárias.

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