Todas as mulheres são responsáveis pelo feminismo, e eu vou dizer o porquê

É surpreendente como o argumento feminista penetra na cabeça das mulheres com tanta facilidade quanto uma faca quente corta a manteiga. Basta alguns segundos de “palestrinha” e você já percebe a cabeça da moça balançar positivamente como quem diz “sim, isso faz muito sentido”.
Eu já argumentei aqui como, sem exceção, as mulheres são feministas, em maior ou menor grau. E este grau vai depender da conveniência (e talvez da idade) do momento.
Esse texto é inspirado no vídeo do Bar Bar chamado “Is Female Biology Inherently Feminist?” Se olharmos de uma maneira simplista, talvez respondamos que, baseados no que vemos das mulheres hoje em dia, há uma grande chance da resposta para o gene feminista ser sim. O objetivo desse texto é argumentar a causa psicológica por trás dessa suposta predisposição biológica.
Uma outra pergunta que o Bar Bar faz é “Em que grau as mulheres são responsáveis pelo feminismo?” E eu concordo com ele em dizer que totalmente. Para o feminismo prosperar precisa-se ter uma adoção absoluta como elemento cultural.
Eu poderia explicar isso pela ótica da infantilização feminina que o próprio Bar Bar já citou. Já argumentei que as mulheres nunca foram estimuladas a construir nada, nem a serem responsáveis por nada, desde sua criação familiar. Quando crescem, acham que o que acontece de ruim com elas é culpa de todos, menos dela.
Se por um lado o propósito do homem, desde tempos antigos, era liderar, planejar, construir e expandir, e da mulher era cuidar e reproduzir, quando a chave social mudou na revolução industrial, a mulher foi lançada num mar de incertezas sem qualquer treinamento prévio de adaptabilidade. Os homens não davam muito valor às suas vidas, e podem morrer de trabalhar, literalmente, porque existem informações suficientes em seus genes de como suportar tempos ruins. Mas a mulheres não.
O gráfico abaixo representa o índice de satisfação e bem-estar entre homens e mulheres. O ponto de inflexão representa justamente quando o número de mulheres trabalhadoras e universitárias aumentaram, provavelmente ocasionando o declínio de satisfação delas.
Antes da década de 80 as mulheres eram mais felizes que os homens. Agora, cheias de direitos e privilégios na sociedade moderna, por que não estão felizes?

As mulheres aprenderam desde cedo a usar a hipervalorização do seu sexo dadas a elas pelos homens. Elas dependiam do favor dos homens para sua proteção e estabilidade em troca do acesso à sua reprodução. Porém, em tempos de estabilidade econômica, acesso fácil a alimentos, acessórios e diversão, as coisas mudaram muito.
Ainda há a informação ancestral nos machos humanos de que as coisas são conquistadas com muito esforço, e até mesmo, dando sua própria vida. Para as mulheres é o oposto disso, pois elas sempre buscaram a preservação da sua vida antes do esforço. Conseguem perceber aonde eu quero chegar?
Ainda há, impregnado no inconsciente coletivo dos homens, a preservação da vida da mulher e da prole. Porém não há informações de mulheres defendendo homens em toda sua história ancestral. Não há isso nos seus genes. E sem um homem para protegê-la, quantas vezes as mulheres tiveram que abandonar sua prole para sobreviverem no decorrer da história? Por isso a empatia das mulheres para os homens é quase nula, e atualmente vemos também a empatia delas com as crianças também se anulando aos poucos, visto que os homens são a maioria dos que são contra o aborto legal.

O instinto de autopreservação presente em todos, na mulher é muito mais aflorado por causa da interação ancestral com o próprio mundo.
É por isso que qualquer narrativa que provoque medo nelas, automaticamente elas aceitam. Se disserem que mulheres morrem mais que homens, mesmo se você mostrar o documento oficial dizendo o contrário, elas dirão “não deveria morrer nenhuma mulher”. Mulheres não interagem com a realidade em si, elas interagem com o que elas sentem sobre a realidade.
Desde o século XII vemos rastros do feminismo, com o que é conhecido como protofeminismo. Mas as condições da época só permitia que o feminismo fosse praticado pelas mulheres da nobreza, já que o ambiente para elas era totalmente seguro em relação as mulheres da plebe. Mas foi só em tempos de estabilidade que foi possível o feminismo se tornar um leviatã imparável. Por quê? Por causa desses processos de adaptação comportamental, da infantilização. O comportamento delas, no geral, não passa de uma criança que, vendo que tudo que pedem para os adultos eles dão, vão sempre querer mais. Este não é um comportamento exclusivo das mulheres, mas é muito mais fácil de identificar nelas.
O narcisismo primário feminino
Freud afirma: “O narcisismo é uma fase intermediária entre o autoerotismo e o amor objetal. É uma retenção da libido pelo ego ou, ainda, o complemento libidinal do egoísmo da pulsão de autopreservação.”

Apesar de ser uma fase esperada no desenvolvimento psicossexual na primeira infância, esse narcisismo se apresenta fortemente nas mulheres, principalmente nos tempos atuais.
Nos bebês, é necessário que sintam que são o centro das atenções e que sejam supervalorizados para que internalizem a bondade, a afabilidade e o acolhimento que estimule sua percepção do mundo externo e o fortalecimento do mundo interno subjetivo e psíquico. Para Freud, as primeiras satisfações sexuais autoeróticas são experimentadas na relação com as funções vitais que servem à finalidade da autopreservação.
É aqui que está a revelação desse segredo. Para Freud, o narcisismo primário é incentivado pelos próprios pais na criança (em especial as mães). Fazendo um paralelo ao que eu falei anteriormente sobre a infantilização, as mulheres jovens e adultas projetam esse cuidado aos maridos e à sociedade.
Em situações de caos (guerras, por exemplo), luto ou melancolia, elas reprimem suas catexias libidinais para o próprio ego até que a situação seja resolvida. Já em tempos de estabilidade econômica e bem-estar, elas usam o sexo (já não são mais crianças, né?) para se afirmarem diante do mundo. Elas dizem ao mundo “Ei! Eu possuo genitália feminina! Logo, onde estão os meus privilégios?” Da mesma forma que uma criança está acostumada a receber todos os recursos e atenção dos seus pais, as mulheres querem toda a atenção e recursos da sociedade. E quando digo sociedade, são os homens.
O feminismo, explicado psicologicamente, não passa de uma afirmação do narcisismo primário extremamente aflorado ainda nas mulheres. Ou seja, é uma afirmação sexual. Por isso quando se pensa em uma mulher “emporadxs” logo vem a imagem de uma mulher ícone da hipersexualização. Elas dizem “não dependemos de homens”, do mesmo modo que um adolescente acha que não depende dos pais e por isso tem um comportamento rebelde, elas dependem da sociedade para conseguirem o que desejam.
Outras características narcísicas que podemos identificar em mulheres, em geral, são:
Sentimento grandioso acerca da própria importância
Este é o grande conceito do ginocentrismo que é a prática, consciente ou não, de colocar as mulheres ou seu ponto de vista no centro da sua visão de mundo pessoal. As percepções, necessidades e desejos das mulheres tem prioridade neste sistema, onde a visão feminina torna-se o ponto de referência ou a lente pela qual todos os objetos são analisados.
Basta analisar as reportagens de cunho “mulheres são as mais afetadas”. Por exemplo “homens são os que mais morrem devido a pandemia… mulheres são mais afetadas por isso”, ou “machismo até na Lua: só 2% das crateras lunares têm nomes de mulheres cientistas”. Não há nada, nem crateras na lua que escape a esse sentimento de ser divino que elas tem de si mesmas.
Busca constante de atenção e admiração
Com risco de ser o “capitão óbvio” aqui: seu novo corte de cabelo precisa ser notado. Sua foto no Instagram precisa receber elogios. Elas precisam todos os dias ouvir que são amadas, queridas e celebradas. Caso contrário não estão dando o valor que ela merece.
Se mil homens sobem o monte Everest, se faz uma reportagem sobre, é só mais uma em revista especializada sem muita importância. Se uma mulher consegue chegar ao topo do Everest, é primeira capa de todos os jornais, entrevista na Oprah, trending topics do Twitter, etc. Veja se não é o mesmo comportamento dos adultos que festejam e celebram com o bebê quando ele consegue fazer cocô pela primeira vez no penico?
Comece a perceber esses detalhes, e veja se não faz sentido o que eu falo sobre o estímulo da própria sociedade no narcisismo primário nas mulheres. E olha que eu nem citei o 8 de março! Mesmo que os homens tenham construído toda a civilização a troco de muito sangue derramado, são elas que são celebradas uma vez por ano em todo o mundo.
Crença em ser especial e de dever associar-se apenas a pessoas de condições elevadas
O comportamento hipergâmico está intimamente ligado a esse narcisismo feminino. É por isso que este comportamento, muitas vezes, é confundido como algo “natural” da mulher.
A fantasia de viver como uma princesinha Disney, onde o valente cavaleiro enfrenta monstros e bruxos para salvá-la, e se possível, entregar a sua própria vida no lugar da vida delas. Afinal, elas são seres especiais, só por serem mulheres. O sagrado feminino.
Fantasias de ilimitado sucesso, poder, inteligência, beleza ou amor ideal
Aqui entra aqueles argumentos de que mulheres são mais inteligentes, mais empáticas, que elas são o próprio belo, que possuem as mesmas capacidades físicas e biológicas que os homens e que são a representação encarnada do amor divino.
Egocentrismo e falta de empatia
A incapacidade em colocar-se no lugar do outro, principalmente no lugar dos homens, é um comportamento bastante perceptível nelas. Um caso recente foi a de um delegado que tomou seis tiros da namorada que se matou logo em seguida. Ele sobreviveu, mas quando conta a sua história em algum podcast a primeira coisa que as mulheres dizem nos comentários é que a mulher é inocente e ele com certeza foi culpado por ela ter se matado depois da mesma ter quase matado o delegado.
Já o egocentrismo também pode ser interpretado como sentimento de perfeição. Esther Vilar e Camille Paglia são duas excelentes escritoras feministas, mas por que elas não citadas, admiradas ou estão no cânone de escritoras feministas? Porque elas criticam duramente o comportamento feminino. Não pode criticar as mulheres, só se pode empondera-las! Aplaudi-las mesmo se estiverem cometendo erros gravíssimos. Seu egocentrismo as coloca acima do bem e do mal, do certo e errado.
Expectativas irracionais de obediência automática às suas vontades
E se não corresponder às vontades delas, você não está sendo homem de verdade. E se você não está contribuindo com o sistema ginocêntrico (citado acima) você, com certeza, é um homem fracassado, virjão, boca virgem, incel.
Como homem, você tem o dever moral de protegê-las, de dar a sua vida por elas, mesmo que nem sejam sua namorada. Na cabeça delas isso é quase um mandamento divino.
O que estou dizendo aqui não é que todas as mulheres tem esse comportamento radical que eu citei nos exemplos. Eu exemplifico no limite do exagero porque podemos identificar isso nas mulheres na mídia e nas redes sociais com mais facilidade. Porém, afirmo que, mesmo em menor grau, todas as mulheres possuem esse complexo narcísico. E se uma mulher estiver lendo esse texto e se ofendeu com isso, só reforça os pontos que eu falei acima. Ou você seria perfeita? Cabe a você identificar esses padrões e buscar mudá-los… ou continuar do jeito que está, também… não me importa.
Por que todas as mulheres são feministas em algum grau?
Porque o feminismo está intimamente ligado a esse extinto de autopreservação. Esse narcisismo primário supracitado. Não é a ideologia que está nos genes. A ideologia é apenas congruente com esse comportamento infantilizado feminino. E como Freud diz que esse comportamento é estimulado pelos pais na criança (especialmente as mães), a sociedade continua estimulando esse comportamento nas mulheres adultas, e, como crianças adultas que são, aceitam tudo de bom grado e, nunca satisfeitas, ainda exigem mais.
Então, ainda que hajam aquelas que dizem ser contra o feminismo, basta perguntar a elas se são a favor da retirada dos seus direitos e da eliminação de leis como maria da penha, por exemplo. O que eu vejo é esse instinto narcisista primário (a autopreservação) se manifestar no rosto da “mulher exceção” na hora.
Conclusão
Quando afirmo que todas as mulheres são feministas, é porque todas elas vão apoiar o feminismo em algum grau, seja mais “brando” ou “pesado”. Veja, quantas mulheres antifeministas dizem “olha, sou só favorável ao feminismo de primeira onda, depois disso eu acho tudo muito radical”.
Elas não lutaram por direitos. Pra elas, direito, é algo que os homens tem que dar a elas porque são mulheres. Homens morreram em guerras para construírem uma civilização estruturada, com direitos definidos. Elas, só porque reproduzem, acham que são mais merecedoras do que qualquer um. E o que a sociedade faz? A sociedade entrega tudo, porque o cenário foi montado pra isso.
Elas são a maioria do eleitorado, ninguém mais vai mexer com elas. Se não são, estão perto de se tornarem a maioria dos juízes. Agora elas querem ser a maioria dos políticos. E assim vai. Nunca tá bom.
Em tempo de caos, elas seguram a onda, como bem diz Freud. Mas em época de consumismo desenfreado, de estabilidade econômica e cultura do bem-estar, é um terreno fértil para se autoafirmarem e serem o centro de todas as atenções na sociedade.
Is Female Biology Inherently Feminist?
https://www.youtube.com/watch?v=elA9nxAIV7A
Distúrbio Narcisista de Personalidade
https://lucianaviviani.wordpress.com/2011/12/29/narcisismo/
Psiquismo infantil: entenda o narcisismo primário
http://prolactare.com/psiquismo-infantil/entenda-o-narcisismo-primario